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Mostrando postagens de dezembro, 2024

A Fonte transcendente do bem que realizamos

O Natal faz parte do nosso calendário e das nossas festas, independentemente da profissão de fé religiosa de cada um. Embora seja explorada pelo mercado e pela ideologia consumista, a data apresenta-se como ocasião para que se manifestem os melhores pensamentos e sentimentos humanos — a reconciliação, a pausa para um novo começo, a solidariedade, a fraternidade, a paz… Foi no século IV que a Igreja passou a celebrar na sua liturgia o nascimento de Jesus aos 25 de dezembro. Não importa se Jesus nasceu mesmo nesta data; o importante é celebrar o evento. De que evento se trata? O Cristianismo primitivo passou a olhar para o nascimento de Jesus a partir do significado de sua inteira vida, morte e, sobretudo, a experiência da ressurreição. Foi porque chegaram à convicção de que aquele homem que pregara a Boa Notícia e morrera na cruz continuava a viver em Deus que os discípulos consideraram o peso de sua origem: o nascimento de um homem tão importante, que inaugurou um modo novo de conceber...

O Ser fala. Falou em Jesus!

O que se manifestou em Jesus de Nazaré foi a luz puríssima da realidade incriada do Ser. Essa luz, chamamo-la Verbo divino.  As ideias mais puras que um homem pode conceber, os sentimentos mais nobres e as atitudes mais justas e misericordiosas apareceram na consciência e na ação de um jovem pobre, camponês da Galiléia, que, como seu pai putativo, começou a dedicar sua vida à profissão de artesão/carpinteiro/pedreiro, mas, analogamente a grandes profetas antigos, deixou tudo para proclamar o que via com os olhos da alma e sentia com o coração: é que fora tomado pelo fascínio da pureza e da grandeza da Última Realidade, que é também a Primeira.  A bem da verdade, foi a Primeira e Última Realidade, em sua luz e amor eternos, que assumiu o ser criado de Jesus como órgão da manifestação da Sabedoria imperecível neste mundo temporal.  O Ser fala. O Ser é luz. O Ser não é opaco nem é irracionalidade. O Ser faz surgir ordem, organismos, consciência e liberdade no mundo material....

D. Estêvão Bettencourt e Leonardo Boff sobre a Teologia da Libertação

No centro de nova polêmica, a Teologia da Libertação é debatida por Leonardo Boff e Dom Estêvão Bettencourt  JORNAL DO BRASIL - Domingo, 18 de Fevereiro de 1996 - Caderno B CELINA CÔRTES A doutrina conhecida como Teologia da Libertação (TL) sofreu um duro golpe no último dia 5, quando, em sua viagem por países da América Central, o Papa João Paulo II declarou que, com a queda do comunismo, “caiu também a Teologia da Libertação”. Preocupada com uma prática que busque soluções para a injustiça social na América Latina, a corrente progressista chegou a ser vista como uma ameaça de desmembramento dentro da Igreja. Por isso, seu maior defensor no Brasil, o teólogo franciscano catarinense Leonardo Boff, 57 anos, acabou condenado a passar 11 meses em silêncio, em 1985, sob a acusação de duvidar da origem divina da hierarquia católica em seu livro Igreja, carisma e poder (1981). Segundo Boff, que abandonou a batina, o processo que culminou com a punição teve a intensa participação do monge...

O drama do pobre

O pobre (o trabalhador assalariado, o operário), primeiramente, foi largado à própria sorte. Isso no início da Revolução Industrial.  A Igreja entrou em cena com Leão XIII para ajudá-lo e reclamar a justiça social e a colaboração entre proprietários e operários, mas um pouco atrasada, e, a tal altura, a grande massa dos pobres já não tinha a Igreja como protetora nem a sociedade lhe dava mais ouvidos, sobretudo em questões econômicas. A economia tornava-se uma atividade autônoma.  O pobre por um tempo conquistou direitos trabalhistas e sociais. No entanto, a máquina de concentração de renda nunca parou. As esquerdas não realizaram o que prometiam em termos de justiça social. O pobre se viu traído.  Desamparado, mesmo com alguns direitos conquistados, o pobre se culpabiliza por ser pobre. Agora lança-se na falácia neoliberal, que lhe promete prosperidade se ele se esforçar. O discurso neopentecostal reforça isso, dizendo que ele ficará rico se tiver fé. O pobre, assim, ali...