Nas raízes do Ano Santo ou Jubileu celebrado pela Igreja, está o Antigo Testamento, isto é, a antiga sociedade judaica. Os judeus celebravam, de 50 em 50 anos, o ano do yobel (da cabra), pois tinha início com o anúncio feito por chifres de cabra. Era um ano santo e de graça, em que as propriedades da terra voltavam para seus antigos donos e os escravos eram liberados.
A ideia de base era a de que Deus originariamente tinha dividido a terra por famílias, de modo que, se alguém a tivesse vendido por alguma necessidade, ela devia voltar ao proprietário original estabelecido por Deus ou aos seus descendentes no ano do jubileu (yobel). Servia para evitar o acúmulo de terras nas mãos de poucos e mostrava a soberania de Deus sobre a sociedade. Se essa regra ou ideal, presente na Bíblia no livro do Levítico, foi implantada realmente é outra história. Os escravos judeus também deviam ser liberdados por ocasião do ano santo, devendo ser restituídos ao seu lugar de origem e à sua condição original de criatura, submetida somente a Deus. Tudo isso fazia do evento um tempo de justiça, misericórdia e graça.
Foi o Papa Bonifácio VIII quem proclamou e convocou o povo cristão para o primeiro Ano Santo da Cristandade, o Jubileu do ano 1300. Na ocasião, uma massa imensa de peregrinos visitou Roma para obter as indulgências proclamadas pela Igreja. Foi uma grande manifestação de fé, como nunca se vira antes. A indulgência é uma graça que a Igreja, como administradora dos bens da salvação, concede ao fiel que realiza as condições e os atos de piedade previstos. A graça da indulgência não perdoa os pecados quanto à culpa (estes são perdoados no sacramento da confissão), mas é uma remissão da pena temporal devida ao pecado já perdoado quando à culpa. É que todo pecado, principalmente os mais graves, embora seja perdoado, deixa uma “ferrugem” na alma e no mundo, que pode ser tirada pelos méritos de Cristo e dos Santos, méritos esses que a Igreja aplica aos fiéis indulgenciados.
Bonifácio VIII previu que os jubileus cristãos devessem ser realizados de 100 em 100 anos, mas já seu sucessor Clemente VI mudou a disposição para que fossem celebrados de 50 em 50 anos, conforme se fazia com o jubileu bíblico do Antigo Testamento. Hoje a celebração ocorre ordinariamente de 25 em 25 anos, podendo o papa convocar também jubileus extraordinários.
O Papa Francisco abre o Jubileu de 2025 no dia 24 de dezembro de 2024, em Roma. A Porta Santa, que é aberta, simboliza a passagem para a graça divina. O jubileu é um acontecimento de graça, em que os fiéis são convidados a experimentar a extraordinária bondade de Deus numa profunda atitude de fé e vivência espiritual. “Peregrinos de esperança”, é o tema escolhido pelo papa. A esperança é o motor que nos faz dar novos passos, pequenos e grandes, na certeza de que Deus está presente e é a grande meta para a qual todos juntos caminhanos. As indulgências poderão ser obtidas para os vivos e mortos a partir da atitude de coração requerida e das práticas estabelecidas pela Igreja.
Que o Ano Santo de 2025 seja de profunda renovação espiritual para toda a Igreja e para o mundo!
🙌🏻 A "esperança."que nos move e mantém a perseverança 🙏🏻
ResponderExcluirOnde há fé a esperança......
ResponderExcluirA esperança é Deus, certeza de vida eterna!
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