O ser como ato ( actus essendi ) traz em si a inteligibilidade (essência) e a efetividade (a enérgeia suprema) numa unidade superior à da mera inteligibilidade (essência). Se a essência é o ato da matéria, o ato de ser é o ato da essência. S. Tomás do que o ato de ser é a perfeição das perfeições, o ato de todos os atos. O ato de ser é outro, mas não é totalmente outro em relação à essência, como se fosse a mera existência em sua diversidade da essência. Ele é um outro (metafísico) em relação à mera inteligibilidade da essência, mas não à inteligibilidade da essência como tal . O ato de ser é o coroamento da essência. Se a essência é a mera inteligibilidade, o ato de ser é a efetividade que suprassume a inteligibilidade ou a inteligibilidade suprassumida pela efetividade. O ser como ato é a essência efetivada ou dotada do ato que a faz ser efetivamente. Fabro usa o conceito de “emergência” para falar do ato de ser. O ato de ser emerge sobre a inteligibilidade, não a negando, nem se
Suponhamos que exista um filósofo que atingiu um conhecimento insuperável. Ninguém pode ultrapassá-lo. Ele comunica o seu conhecimento aos discípulos, que, por não poderem receber todo o saber do mestre, recebem parte dele. Ora, ao comunicar o conhecimento, o mestre insuperável não perdeu nada do que tinha, pois o conhecimento não tem partes físicas. Ao receber o conhecimento, os discípulos não aumentaram em nada a soma do conhecimento total, pois o conhecimento do mestre mais o conhecimento dos discípulos não são mais do que o conhecimento insuperável do mestre. Cada discípulo recebeu o conhecimento do mestre segundo a sua capacidade. Esta é uma boa metáfora para falar da metafísica de S. Tomás. O Ser, que é Deus, não pode receber acréscimo, pois é o Ser em plenitude. Ao criar o mundo, ele comunica o ser aos entes, que, por não poderem receber todo o ser, recebem parte dele. Os entes participam do Ser. Ora, ao comunicar o ser, o Ser não perde nada se seu ser, pois o Ser não tem