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Mostrando postagens de julho, 2011

Fonte da felicidade

Padre Elílio de Faria Matos Júnior Creio que, conforme reconhecia Aristóteles, o grande desejo do homem seja a felicidade. Onde encontrá-la? Essa pergunta foi considerada pelo filósofo, uma vez que muitos em sua época pretendiam achá-la nos prazeres, na riqueza ou na honra. O Estagirita fez ver que a autêntica felicidade não pode depender, em última análise, dessas três coisas, já que, se assim fosse, a realização humana estaria à mercê de algo sobre o que jamais poderíamos ter completo domínio. A honra? Ela depende mais de quem nos honra. A riqueza? De repente, ela pode se dissolver. Os prazeres? Mas eles não representam aquilo que é especificamente humano.  Aristóteles bem viu que a posse da felicidade, decisiva para a nossa realização, deve depender de algo que não perdemos sem mais. "Ora, sentimos que o bem deva ser algo próprio ao seu possuidor e difícil de ser suprimido". Deve ser algo imune aos azares e acidentes, cuja estabilidade nos traga a alegria do repouso de

Que é a verdade?

Dom Estêvão Bettencourt, OSB Aliás, 'que é a verdade?', já perguntava Pilatos (Jo 18,38). Existe a verdade? A sociedade contemporânea tende a relativizá-la, principalmente quando se trata de explicar o mistério do homem. As ciências naturais, em seu progresso constante, são cautelosas ao propor suas teses: o que hoje parece ser a verdade em Física, em Astronomia, em Biologia... amanhã poderá ser tido como erro. A Filosofia moderna é crítica e, por vezes, cética no tocante à possibilidade de atingir a verdade. Todavia é precisamente neste mundo que o cristão há de ter a coragem de afirmar que ele conhece a Verdade, não por ser mais inteligente do que os seus semelhantes, mas porque Deus lhe revelou o verdadeiro sentido do homem e da vida. Que falta então ao mundo de hoje? – Pode-se dizer que lhe falta o testemunho mais lúcido da verdade revelada por Deus e confiada aos discípulos de Cristo. 'Vós sois o sal da terra', diz o Senhor. 'Mas, se o sal perder o seu sabor

E o retrato de Jesus?

Dom Estêvão Bettencourt, OSB Em síntese: Não é possível reconstituir o retrato físico de Jesus, visto que faltam dados precisos a respeito nos Evangelhos. Os antigos cristãos estavam muito mais interessados na figura de Jesus glorioso e ressuscitado do que em sua fisionomia mortal. A Tradição afirmou ora que Jesus foi muito feio, ora que foi o mais belo dos filhos dos homens, tentando valer-se de textos bíblicos. Nada disto, porém, tem fundamento. — Pode-se assegurar que, em virtude do mistério da Encarnação, Jesus devia adotar os costumes honestos dos homens do seu tempo: usava barba, cabeleira longa cortada atrás, túnica, cinto, manto, sudário para cobrir a cabeça e o pescoço frente ao sol da Palestina. Devia gozar de saúde física e psíquica vigorosa e resistente, pois viveu muito pobre e se entregou a duras tarefas sem ter, muitas vezes, onde comer e dormir; chegaram os seus parentes a tê-lo como louco, não porque fosse deficiente, mas porque se entregava, sem se poupar, às lides

São Bento

Padre Elílio de Faria Matos Júnior Hoje é dia de São Bento de Núrsia, protagonista do monaquismo ocidental. A grande mensagem que esse santo do século VI nos deixa é a de que o homem precisa colocar a Deus como prioridade de suas escolhas: Nihil Christo praeponere . Diante de um mundo secularizado como é o nosso, o homem precisa redescobrir a beleza da fé em Deus. O homem sem Deus desumaniza-se. Torna-se escravo do finito: de si mesmo, dos outros e das coisas. Com Deus, ao contrário, ele atinge os mais altos patamares de humanidade, de liberdade interior e de vitalidade. São Bento descobriu, desde tenra idade, que o homem vivo é o homem que acolhe a Deus em sua alma e se deixa transformar pela Palavra da Verdade. Enviado à Roma pagã para estudar, vê a dissolução dos costumes reinante entre os estudantes, e prefere retirar-se para estar a sós com Deus. Foi, então, quando se voltou para Deus, não querendo outra coisa senão o que Deus mesmo queria, que pôde transformar o mundo.