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Mostrando postagens de outubro, 2009

O "Tratactus logico-philosophicus" como obra iniciática

Obs.: Nosso pequeno texto sobre o Tratactus logico-philosophicus de Ludwig Wittgenstein pretende tão-somente mostrar, em grandes linhas, como o autor não negava o domínio metafísico da realidade; antes, o considerava o mais importante. Nosso texto baseia-se nas posições defendidas pelo Prof. Margutti Pinto, cujas referências bibliográficas podem ser conferidas abaixo. Esclarecemos que não concordamos com Wittgenstein quando ele defende que o domínio metafísico não pode ser dito de maneira alguma pela linguagem, mas apenas mostrado. Pretendemos publicar neste blog, em breve, um confronto entre as posições de Wittgenstein e de Padre Vaz no que concerne à problemática do domínio metafísico e da capacidade da linguagem de dizê-lo ou não. ------- O Tratactus logico-philosophicus pode ser lido como uma obra de iniciação ao silêncio. Em que sentido? Wittgenstein, em uma carta ao editor do Tratactus diz que a obra possuía duas partes: a que tinha sido escrita e que iria ser publicada, e

Padre Vaz e Santo Tomás de Aquino

Padre Elílio de Faria Matos Júnior O Tomás de Aquino que Padre Vaz traz para dentro de sua obra não é, de modo algum, o Tomás mumificado dos manuais. No capítulo II do livro Escritos de filosofia I – Problemas de fronteira figura o artigo Tomás de Aquino e o nosso tempo: o problema do fim do homem , artigo que tinha sido publicado originariamente na Revista Portuguesa de Filosofia em 1974 sob o título Teocentrismo e beatitude: sobre a atualidade do pensamento de Santo Tomás de Aquino . Nesse profundo texto, é ressaltada a atualidade de Tomás de Aquino e o caráter “epocal” [1] de sua obra. Entretanto, aí mesmo, Padre Vaz procura deixar claro que “não podemos repetir santo Tomás. Podemos – e devemos interpretá-lo”. [2] Isso porque, sendo a obra do Aquinate uma obra do passado, é impossível fazê-la comensurável sem mais aos nossos problemas. Faz-se necessário lançar mão de uma adequada hermenêutica que leve em consideração o tempo de Tomás, a reconstituição crítica de seus textos e

Provações de Madre Teresa de Calcutá

Padre Elílio de Faria Matos Júnior Ainda não faz muito tempo, a imprensa divulgou o conteúdo de cartas que Madre Teresa de Calcutá escreveu durante 66 anos a colegas e superiores. Aliás, tal conteúdo é tema do livro Mother Teresa: Come Be My Ligth , cuja tradução em língua portuguesa já foi publicada. Nas cartas, Madre Teresa fala da aridez espiritual pela qual passou, do sentimento experimentado de que Deus a havia abandonado, do perturbador silêncio de Deus em sua vida. O fato assustou a muitos, pois que se puseram a perguntar: "Como pode uma religiosa como Madre Teresa, que se entregou totalmente ao serviço de Deus, passar por tormentos na vida espiritual?", ou ainda: "Terá Madre Teresa duvidado da existência de Deus?" As provações na vida espiritual não são desconhecidas dos santos. O que Madre Teresa expressou em suas cartas é bastante conhecido entre os grandes mestres da vida espiritual. E não nos devemos escandalizar com isso. Deus tem seus caminhos par

Rezar é preciso

O mês de outubro é dedicado pela Igreja católica ao Rosário de Nossa Senhora. Trata-se de uma oração muito conhecida e estimada, de longa data, pelos fiéis católicos. Uma oração de fisionomia mariana e de âmago cristológico, pois que traz, na sobriedade de seus elementos, “a profundidade de toda mensagem evangélica, da qual é quase um compêndio” (João Paulo II, Carta apostólica Rosarium Virginis Mariae, n.1). Pela recitação fervorosa do Rosário ou do Terço, a fé tem sido propagada, robustecida e aprofundada, e a vida de muitos tem encontrado o sentido e a razão do existir. Ao longo da história da Igreja, são muitos os testemunhos da eficácia da oração do Rosário. O tema da oração é de inegável importância para a vida humana. Os animais irracionais não rezam, mas o ser humano sim. Isso porque o homem é fundamentalmente aberto à Transcendência. Não se contenta com nada que é finito. E a oração é a elevação da alma, é o suspiro pelo Eterno, é o encontro com Deus. Uma das características