O ser como ato (actus essendi) traz em si a inteligibilidade (essência) e a efetividade (a enérgeia suprema) numa unidade superior à da mera inteligibilidade (essência). Se a essência é o ato da matéria, o ato de ser é o ato da essência. S. Tomás do que o ato de ser é a perfeição das perfeições, o ato de todos os atos.
O ato de ser é outro, mas não é totalmente outro em relação à essência, como se fosse a mera existência em sua diversidade da essência. Ele é um outro (metafísico) em relação à mera inteligibilidade da essência, mas não à inteligibilidade da essência como tal. O ato de ser é o coroamento da essência. Se a essência é a mera inteligibilidade, o ato de ser é a efetividade que suprassume a inteligibilidade ou a inteligibilidade suprassumida pela efetividade. O ser como ato é a essência efetivada ou dotada do ato que a faz ser efetivamente.
Fabro usa o conceito de “emergência” para falar do ato de ser. O ato de ser emerge sobre a inteligibilidade, não a negando, nem se apresentando como totalmente outro em relação a ela, mas a assumindo desde a raiz e a elevando à efetividade.
Em Deus, puro Ser (Esse tantum), a enérgeia do ser se realiza sem limites ou margens. Toda inteligibilidade em grau infinito pertence por direito ao puro Ser, já que o ser como ato é a inteligibilidade em sua efetividade. Se o Deus é desde sempre e para sempre o puro ato de ser, o Ser absoluto, então ele é, ao mesmo tempo, sem composição, inteligibilidade absoluta em sua efetividade absoluta. Daí que em Deus não haja uma inteligibilidade coroada pelo ato de ser, mas, por ser o Ser puro, Deus já é ou já sempre foi e sempre será, a totalidade da inteligibilidade em sua total efetividade eterna.
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