Uma das coisas que os teólogos e exegetas sabem, mas que muitos católicos ainda resistem a admitir, é que na Bíblia há muita projeção da moralidade humana em Deus. À medida que a moralidade humana melhora, melhora a imagem de Deus. Ocorre também que uma mais fina percepção da imagem de Deus resulte numa mais elevada concepção da moralidade humana.
Isso não depõe contra a revelação. Apenas nos faz reconhecer que a revelação não deve ser pensada como um pacote que cai do céu pronto e acabado. Ela passa pela mediação humana. Ela acontece na história. Ainda mais: ela se dá historicamente.
Ao estudioso não faltará a constatação de que a imagem de Deus, no conjunto geral da obra do Antigo e do Novo Testamento, evolui e purifica-se. É como se Deus mesmo estivesse sempre atraindo o homem para que este tivesse uma ideia cada vez menos inadequada de seu mistério.
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