Pular para o conteúdo principal

Lucy: 3,2 milhões de anos

Lucy é o nome dado ao fóssil de um Australopithecus (literalmente "macaco do sul", mas que designa um hominídeo de marcha bípede) afarensis. Viveu há 3,2 milhões de anos aproximadamente. O esqueleto (na verdade 40% do inteiro esqueleto) foi achado em 1974 e indica um hominídeo do sexo feminino, de baixa estatura, de longos braços e pernas curtas. O cérebro era pequeno, comparado com o dos homens atuais. A descoberta de Lucy mostra quanto é antiga a força que colocou em evolução aquele processo que viria a gerar o homem atual. Há 3,2 milhões de anos Lucy tinha marcha bípede! Faltava ainda muito para chegar a nós, principalmente no que toca ao tamanho cérebro, mas grande coisa era já a condição bípede.

Quando terá aparecido o espírito e, com ele, o homem propriamente dito? Não sabemos precisar o quando, mas é fato que o espírito apareceu e deu ao ser vivente que chamamos homem capacidades incríveis, como a da autoconsciência e a de ultrapassar a si mesmo. O homem, dizia Blaise Pascal, ultrapassa infinitamente a si mesmo. Somos capazes de olhar a imensidão do universo e de pensar o infinito!

Comentários

  1. Taí, encontrar um Padre defendendo a evolução, é no mínimo interessante.

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

Bíblia: inspiração, pedagogia e revelação

Inspiração bíblica: Deus fala na história e não por ditado Durante muito tempo, imaginou-se a inspiração bíblica segundo um modelo simplificado, quase mecânico: Deus “ditaria” e o ser humano apenas escreveria. Ou, de modo mais sofisticado, Deus inspiraria o autor humano a escolher cada palavra disponível na sua cultura para expressar ideias, que seriam queridas diretamente por Deus, o que chega a quase equivaler a um ditado. Essa compreensão, embora bem-intencionada, não faz justiça nem à riqueza dos textos bíblicos nem ao modo concreto como Deus age na história. Hoje, a teologia bíblica e o Magistério da Igreja ajudam-nos a entender a inspiração não como um ditado celeste, mas como um processo vivo, histórico e espiritual, no qual Deus conduz um povo inteiro e, dentro dele, suscita testemunhas e intérpretes. A Bíblia não caiu do céu pronta. Ela nasceu na vida concreta de um povo que caminhava, sofria, lutava, errava, crescia, esperava e rezava. Por isso, antes de falar de livros inspi...

A importância de Étienne Gilson para a Metafísica

Étienne Gilson (1884-1978) foi um dos mais importantes historiadores da filosofia medieval e um grande defensor do realismo tomista, especialmente na sua interpretação da metafísica de Santo Tomás de Aquino. Sua contribuição é notável por vários motivos: 1. Redescoberta da Metafísica Tomista No século XIX e início do século XX, o pensamento de Santo Tomás era muitas vezes reduzido a um essencialismo aristotélico ou a uma teologia sistemática, sem a devida ênfase em sua metafísica do ser ( esse ). Gilson foi um dos responsáveis por recuperar e enfatizar a originalidade de Tomás, destacando que: • A metafísica tomista não é apenas um estudo da essência das coisas, mas principalmente uma investigação sobre o ser como ato ( actus essendi ). • Tomás de Aquino supera Aristóteles, pois enquanto Aristóteles se concentrava no “ente enwuabro ente” ( ens qua ens ), Tomás identificava o “ser” ( esse ) como o princípio mais profundo da realidade. Essa interpretação levou Gilson a cunhar a e...

A totalidade do Ser e o acesso filosófico a Deus em Lorenz B. Puntel

1. Introdução: a retomada da metafísica Lorenz B. Puntel insere-se no esforço contemporâneo de reabilitar a metafísica, mas de forma criativa, com um projeto que ele denomina de “nova metafísica”. Em vez de simplesmente repetir modelos do passado ou rejeitar a metafísica sob influência kantiana, positivista ou heideggeriana, Puntel busca um ponto de partida radical: a capacidade estrutural da mente de apreender a totalidade do ser. Esse deslocamento inicial é decisivo. A filosofia moderna muitas vezes concentrou-se na relação sujeito/objeto, nas condições da experiência ou nas linguagens que estruturam o pensamento. Puntel recorda que tudo isso já pressupõe algo mais originário: que sempre nos movemos no horizonte do ser como um todo. É essa totalidade que se torna o objeto próprio da nova metafísica. ⸻ 2. A dimensão epistemológica: o dado originário da razão A primeira tese é epistemológica: a apreensão da totalidade do ser é um fato originário da razão. Quando pensamos, não pensamos ...