Pular para o conteúdo principal

Lucy: 3,2 milhões de anos

Lucy é o nome dado ao fóssil de um Australopithecus (literalmente "macaco do sul", mas que designa um hominídeo de marcha bípede) afarensis. Viveu há 3,2 milhões de anos aproximadamente. O esqueleto (na verdade 40% do inteiro esqueleto) foi achado em 1974 e indica um hominídeo do sexo feminino, de baixa estatura, de longos braços e pernas curtas. O cérebro era pequeno, comparado com o dos homens atuais. A descoberta de Lucy mostra quanto é antiga a força que colocou em evolução aquele processo que viria a gerar o homem atual. Há 3,2 milhões de anos Lucy tinha marcha bípede! Faltava ainda muito para chegar a nós, principalmente no que toca ao tamanho cérebro, mas grande coisa era já a condição bípede.

Quando terá aparecido o espírito e, com ele, o homem propriamente dito? Não sabemos precisar o quando, mas é fato que o espírito apareceu e deu ao ser vivente que chamamos homem capacidades incríveis, como a da autoconsciência e a de ultrapassar a si mesmo. O homem, dizia Blaise Pascal, ultrapassa infinitamente a si mesmo. Somos capazes de olhar a imensidão do universo e de pensar o infinito!

Comentários

  1. Taí, encontrar um Padre defendendo a evolução, é no mínimo interessante.

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

O Ocidente e o divino

O Ocidente racionalista, empirista e cientificista tem enormes dificuldades, às vezes intransponíveis, de acreditar que Jesus de Nazaré possa ser Deus. Mas esse Ocidente é só uma perspectiva.   Se olhamos para o hinduísmo da Escola Advaita-Vedanta , por exemplo, não há a mínima dificuldade de reconhecer que Jesus possa ser Deus. Muito ao contrário, haveria dificuldades sérias se Jesus não pudesse ser Deus. É que para esse hinduísmo, a substância de todas as coisas é Deus. Rigorosamente falando, só Deus existe, e o mundo fenomênico não passa de uma superposição de Deus. Deus é o Ser que subjaz informe sob o véu das diversas formas finitas — passageiras e ilusórias — dos entes mundanos. É o Um permanente que está sob a multiplicidade fenomênica e fugaz dos muitos . Pelo atman (alma, centelha divina), emerge no homem a consciência de ser Deus ( Brahman ), de tal modo que a afirmação do Jesus joanino valeria para todo homem iluminado: “Eu e o Pai somos um”. Nesse sentido, Jesus seria...

O homem, o pecado e a redenção

  1. O homem: criado à imagem de Deus 1.1. A Dignidade da Pessoa Humana O ser humano ocupa um lugar absolutamente singular na criação. Ele foi criado “à imagem de Deus” (Gn 1,27), o que indica não apenas uma semelhança exterior, mas uma profundidade de ser: o homem é capaz de conhecer e amar livremente. Nenhuma outra criatura visível possui essa dignidade. Ele é dotado de razão e liberdade, sendo chamado a participar da vida de Deus. Esse chamado constitui a raiz de sua dignidade inalienável. “Foi por amor que a criastes, foi por amor que lhe destes um ser capaz de apreciar o vosso bem eterno” (Catecismo da Igreja Católica 356) [1] . Contudo, com o desenvolvimento das ciências da natureza (a partir do século XVII) e das ciências do homem (a partir do século XVIII), muitos estudiosos passaram a considerar impossível a formulação de uma ideia unitária do homem. O saber fragmentou-se em disciplinas como a biologia, a sociologia, a antropologia cultural, a psicologia etc., tornando dif...

Teologia da Revelação e da relação entre Escritura e Tradição segundo Ratzinger

Referência fundamental: Revelación y Tradición, de Karl Rahner & Joseph Ratzinger (Herder, 1970). ⸻ 1. A Relação entre Escritura e Tradição A relação entre Escritura e Tradição, para Joseph Ratzinger, não é de oposição, mas de complementariedade vital. Ambas são formas de presença da Palavra de Deus na Igreja, tendo uma origem comum: a Revelação divina em Cristo. A Revelação, como dom divino, antecede e fundamenta tanto a Escritura quanto a Tradição. Ratzinger insiste que a tensão criada historicamente entre Escritura e Tradição precisa ser superada por uma compreensão mais profunda, que as coloque dentro do horizonte maior da Revelação: “A questão da suficiência da Escritura é apenas um problema secundário dentro de uma decisão muito mais fundamental […]. É necessário ampliar a questão de ‘Escritura e Tradição’ para ‘Revelação e Tradição’ e inseri-la em seu contexto próprio” (Revelación y Tradición, p. 24). Assim, a Tradição não é um suplemento da Escritura, mas o espaço vital no ...