O celibato livremente assumido por amor do Reino dos Céus sempre foi visto com grande estima pela Santa Igreja Católica já desde os seus primórdios. O próprio Jesus, o fundador da Igreja, preconizou-o como via possível ao discípulo, evidentemente não obrigatória para todos: “E há eunucos que se fizeram eunucos por causa do Reino dos Céus. Quem tiver a capacidade de compreender, compreenda” (Mt 19,12). Jesus, assim, não fazia outra coisa senão apresentar o que havia escolhido para si mesmo: o celibato por amor do Reino. Também São Paulo, o grande apóstolo dos gentios, estimulava vivamente a vida celibatária como meio de se unir mais intimamente ao Senhor de se dedicar mais intensamente à sua causa: “Quem não tem esposa, cuida das coisas do Senhor e do modo de agradar ao Senhor. Quem tem esposa cuida das coisas do mundo e do modo de agradar à esposa, e fica dividido” (1Cor 7,32-34).
Não se trata, nos casos acima, de condenação ou menosprezo do matrimônio. O matrimônio, aliás, é visto tanto por Jesus como por São Paulo como algo de positivo e abençoado por Deus. O que entra em questão, nesses casos, é o caráter único e sobremaneira excelente do Reino dos Céus. Em verdade, o Reino é a salvação que nos leva a participar da vida e bem-aventurança eternas do próprio Deus e, nessa qualidade, é o único absoluto, diante do qual tudo mais deve ser relativizado. O celibato, assim, explica-se por sua relação ao absoluto de Deus. Com efeito, a renúncia do matrimônio, o qual é positivo em si mesmo, encontra sua justificativa em função de algo mais excelente: o Reino de Deus. O celibato seria, então, a renúncia de um amor (o matrimônio) por causa de um amor maior, isto é, o Amor Máximo, que é o próprio Deus.
Tudo isso sugere a idéia de que, com a irrupção do Reino dos Céus inaugurado por Jesus, muitos sentir-se-ão de tal modo entusiasmados por ele que abrirão mão até mesmo de coisas boas e lícitas com o fito de se entregar mais plenamente à causa desse Reino.
Ressalte-se, ademais, que o celibato ou a vida una é, em primeiro lugar, dom de Deus, de seu infinito amor, pois “nem todos são capazes de compreender essa palavra, mas só aqueles a quem é concedido” (Mt 19,11). Quem foi agraciado com a vocação ao celibato por amor do Reino dos Céus, saiba que tudo deve à graça de Deus, não a méritos próprios, e, portanto, não se torne presunçoso, mas servidor da graça divina. Mas a vida celibatária é também fruto de uma opção de amor: quem é agraciado com tal vocação deve responder-lhe em liberdade (a graça de Deus não anula a liberdade do homem); se sua resposta for generosa, um “sim”,estará fazendo a grande opção pelo amor a Deus sem divisões ou distrações.
Como foi dito, a Igreja sempre teve em alta consideração o celibato por amor do Reino. Tal foi sua consideração que preferiu, já nos primeiros tempos, escolher seus ministros ordenados – padres e bispos – entre os que manifestassem o dom da vocação ao celibato. Num primeiro momento a Igreja preferiu os celibatários para o ministério ordenado, permitindo que também os casados fossem admitidos ao sacramento da Ordem. Aos poucos, porém, com o decorrer dos tempos, essa predileção foi, cada vez mais, tomando vulto até que, iluminada pelo Espírito Santo, a Igreja, no Ocidente, houve por bem estabelecer explicitamente a lei do celibato sacerdotal, que consiste em admitir ao ministério ordenado somente os candidatos que se manifestam vocacionados ao celibato.
A Igreja assim o fez motivada pelo fato de que o celibato, grande sinal do caráter único e absoluto do Reino dos Céus, ajusta-se de mil modos ao sacerdócio do Novo Testamento e, ao mesmo tempo, confiando em que a Providência haveria de suscitar numerosas vocações celibatárias, de modo que não faltassem sacerdotes.
O celibato, como dom de Deus à Igreja e sinal vivo do Reino que já irrompe entre nós e será consumado na vida futura, é testemunho profético do Absoluto e Definitivo e, assim, por graça de Deus, a glória do clero.
Que neste Ano Sacerdotal, São João Maria Vianney, que soube amar o celibato por causa do Reino dos Céus e ser-lhe fiel, interceda pelos sacerdotes do mundo inteiro a fim de que vivam o sentido pleno deste grande dom de Deus à sua Igreja sem traições nem titubeios!
BOM DIA PADRE!
ResponderExcluirSOU MISSIONÁRIO LEIGO E APRESENTO UM PROGRAMA CATÓLICO DE RÁDIO JÁ A 15 ANOS EM MINHA CIDADE, AGORA ESTOU COM UM SITE CATÓLICO E GOSTARIA DE CONTAR COM DIVERSOS TEMAS, AMEI O CONTEÚDO DO SEU BLOG! GOSTARIA SE FOSSE POSSÍVEL O SENHOR ME ENVIASSE ASSUNTOS OU ME AUTORIZASSE PUBLICAR NO SITE CONTEÚDOS DE SEU BLOG, CLARO, CITANDO A FONTE DO MESMO. missionário José Aldo da Silva, paróquia Nossa Senhora da Conceição - Ceará-Mirim/RN. missionarioj.aldo@bol.com.br ESTE É O ENDEREÇO DO SITE: http://bibliaviva.meshfriends.com MEU BLOG: http://programamomentosdereflexao.zip.net
um abraço e fica na paz de Jesus e Maria!
Prezado José Aldo,
ResponderExcluirSaudações no Senhor!
Pode contar comigo e está autorizado a publicar o conteúdo do blog.
Seja feliz!
In Christo et Maria,
Pe. Elílio
Oi Padre achei belissimo o seu blog e a matéria sobre o celibato, realmente é preciso ser escolhido e marcado com o selo da vocação. Não é para todos. Abraço fraterno em Jesus e Maria.
ResponderExcluirOlá Padre Elilio!
ResponderExcluirAqui quem está falando são os coroinhas da Paróquia Bom Pastor,Hugo e João Victor com a colaboração das respectivas mães Paula e Ana Lucia,atualmente a última sendo catequista para iniciantes neste ano.
Queremos desejar-lhe um Feliz Natal e um próspero Ano Novo com as bênçãos de Deus.
Estamos com saudades e aguardandosua presença na igreja, pois;continuamos atuando.
Sucesso em seu curso.Parabéns!
Hugo e João Victor
email do João Victor:guimaraes.joaovictor@hotmail.com