O mal é uma privação de um ser devido a um ente qualquer. O mal nunca é um ente como tal, mas a privação de algo que lhe é devido. O que causa a privação é a própria natureza finita do ente e de suas relações. O finito pode falhar e de fato falha. Assim, a cegueira, decorrente de uma inadequada combinação genética ou da degeneração do órgão da visão, é um mal porque é a privação da visão devida ao homem, por exemplo. À pedra, cuja natureza não lhe permite enxergar, a ausência da visão não é um mal, pois não é devida à sua natureza. Este é o mal físico, que não depende da liberdade humana. No nível físico ainda, o mal pode também acontecer em vista do bem do conjunto: assim o leão devora o cordeiro, que devora a planta, que suga a energia mineral e orgânica etc., mas tudo se realiza em vista do equilíbrio do grande ecossistema. Trata-se de entes bons que são destruídos em vista do equilíbrio do todo. No nível moral, o mal é a privação da retidão da vontade, que em...
Teologia, Filosofia e Diálogo entre Fé e Razão