A sabedoria do mundo é ultrapassada e deixada para trás pela Sabedoria dos grandes metafísicos e místicos. Estes veem o Princípio para além de todo discurso. O raciocínio lida com o finito, mas o passo para o Infinito é dado pelo intellectus, a faculdade espiritual de transcender todo condicionado e olhar para o Incondicionado.
A Primeira Via de S. Tomás para a existência de Deus, por exemplo, mostra que, a certo ponto, a razão tem de deixar o finito (a série indefinida de motores movidos) para saltar para a intelecção do Infinito (o Motor imóvel). Se o finito (ato mesclado com potência) quer ser explicado, ele deve abrir o caminho para o Infinito (Ato Puro), a única Realidade que tira a contradição do finito deixado a sós.
S. João da Cruz, Doutor Místico, ensina que a Noite da alma a dispõe para o desapego de toda criatura em vista da união inefável com o Amado. Sem uma ruptura no nosso modo de ser, de pensar e de agir, não chegamos a Deus como Deus. A graça nos possibilita o salto da finitude para a infinitude de Deus.
Saltar para o Infinito não nos desliga da lida nossa neste mundo, mas a transforma radicalmente, pois passamos a ver a vida e as criaturas sob nova luz e nova consciência. Tornamo-nos mais leves, mais desapegados, mais amorosos, mais eternos e menos medrosos diante dos desafios temporais.
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