Se o ser em geral encerra um grande mistério para o homem, a grande questão que se lhe coloca é, sem dúvida, a da sua própria existência como espírito no mundo – Geist in Welt, como dizia Karl Rahner. Que é o homem? Dada a sua subjetividade espiritual, que não permite nunca ser totalmente objetivada, o homem não é um que, mas um quem. Assim, a pergunta mais exata é: Quem é o homem?
Certamente o homem poderá colher mais abundantes frutos do autoconhecimento do que do conhecimento da os objetos. Acontece, porém, que o conhecimento dos objetos lhe possibilita o autoconhecimento. O homem, de algum modo, conhece-se no conhecer os objetos. Ele pode captar-se, de alguma maneira, no captar os entes. Como dizem os tomistas, ele é capaz de redire in seipsum reditione completa – voltar-se para si mesmo por uma reflexão completa. Depois de conhecer as coisas, ele pode conhecer-se como conhecedor. Conhecendo um objeto, ele se apreende como sujeito. Ao voltar-se para si, toma consciência da própria subjetividade que não pode ser totalmente objetivada. Ao objetivar o conhecimento, inclusive o conhecimento de si, a subjetividade sempre se mantém irredutível como tal, pois que sempre está diante do objeto sem jamais deixar-se absorver por ele. A subjetividade é um centro originário de luz e de espontaneidade, de visão e de liberdade! Assim, o homem descobre-se como mistério inobjetável diante do mistério do ser; descobre-se como espírito!
Texto muito rico de conteúdo..
ResponderExcluirObrigado!
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