Lima Vaz ressalta que o espírito finito do homem assume o conteúdo do conhecimento sob a forma do ser, de modo especial no juízo, quando declara ita est. O est do juízo assume aqui um papel decisivo, pois que ele revela que o espírito confere ao conteúdo do conhecimento uma forma necessária e absoluta - absolutamente necessária e necessariamente absoluta.
De onde vem ao espírito a capacidade de instituir o absoluto da forma senão do Absoluto real? Quando o espírito humano finito institui o absoluto formal, ele se eleva para além das flutuações contingentes da imaginação e da species e agarra-se à absoluta necessidade do ser, arrancando o conhecimento do tempo e elevando-o para a eternidade. De onde lhe vem essa capacidade de ultrapassar a mobilidade, a contingência e o tempo? É preciso encontrar uma razão a quo do caminho do espírito até o absoluto da forma, que só pode ser o Absoluto de existência.
Uma vez que o espírito humano é dinâmico, não estático, porque nele inteligência e vontade estão imbricados, e aquilo que é visto é também desejado, o absoluto da forma abre-lhe a visão (indireta, analógica) do Absoluto de existência, do Absoluto tout court, e assim o coloca em movimento de desejo do Absoluto real. Desse modo, o Absoluto real é não só o termo a quo do caminho do espírito, mas também o seu termo ad quem, o seu télos sempre almejado. Tomás dizia mesmo que conhecemos a Deus, implicitamente, em cada objeto conhecido, e que há em nosso espírito um desejo natural de ver a Deus.
Lima Vaz parte com Kant porque valoriza a forma do pensamento enquanto tal. Vai além de Kant porque reconhece que a forma do ser só se explica pelo Ser em ato, em sua absoluta realidade e transcendência.
Elílio, você é realmente muito inteligente. Você tem me ajudado a ser alguém melhor para mim é para as relações interpessoais.
ResponderExcluirObrigado! Grande abraço!
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