A perspectiva do tomismo transcendental pra mim é interessante, pois o a priori do espírito (inteligência e vontade) não é visto como o conjunto de categorias estáticas, como em Kant, ou como ideias apenas reguladoras, mas é constituído pela própria luz formal do Ser em amplitude infinita, o que implica referi-la ao Ser absoluto, de modo que todo objeto finito de conhecimento e amor que cai sob a luz formal do Ser presente no espírito finito é constantemente ultrapassado, permanecendo como uma realização apenas parcial da potência dinâmica da atividade espiritual do homem, cujo Donde e Aonde só pode ser o Ser realíssimo.
Com base nos três artigos de Hilaire Mac Donagh publicados entre 1928 e 1929 na Revue néo-scolastique de philosophie , é possível compor um resumo contínuo e estruturado da análise feita pelo autor sobre a noção de ser na metafísica de João Duns Scot, com atenção especial às críticas desenvolvidas ao longo do estudo. ⸻ A noção de ser na metafísica de João Duns Scot , segundo Hilaire Mac Donagh 1. A centralidade do conceito de ser Hilaire Mac Donagh inicia sua análise destacando a importância do conceito de ser como núcleo organizador da metafísica de Duns Scot. Tal como em Aristóteles e na tradição escolástica, o objeto próprio da metafísica é o ente enquanto ente (ens inquantum ens), e Scot segue essa orientação, atribuindo à metafísica a tarefa de conhecer o ser e seus atributos transcendentais. No entanto, ao aprofundar a concepção scotista do ser, o autor observa uma particularidade essencial: a insistência de Scot na univocidade do conceito de ser, inclusive quando aplicado a Deus...
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