Para Heidegger, o Ser não é simplesmente um ente ou uma propriedade dos entes, mas aquilo que possibilita a existência e a inteligibilidade dos entes. Ele busca recuperar a questão do Ser, que, segundo ele, foi esquecida pela tradição filosófica desde Platão e Aristóteles.
O Ser e o Dasein
Em Ser e Tempo (1927), Heidegger propõe que o Ser só pode ser compreendido a partir do Dasein, o ser humano enquanto aquele que questiona o Ser. O Dasein é caracterizado pela sua existência (Ek-sistenz), ou seja, pelo seu poder-ser, pelo seu projeto de si mesmo no tempo.
Ser e Tempo
Para Heidegger, o Ser não pode ser pensado como uma substância ou uma entidade, mas deve ser compreendido temporalmente. O Ser se manifesta no horizonte da temporalidade: o passado (facticidade), o presente (quotidiano) e o futuro (projeto). Assim, o Ser não é algo fixo, mas algo que se desdobra no tempo.
A diferença ontológica
Um dos conceitos centrais da filosofia de Heidegger é a diferença ontológica, ou seja, a distinção entre o Ser e os entes. A metafísica tradicional teria confundido o Ser com um ente supremo (como Deus ou o Ser Necessário) e, assim, esquecido a própria questão do Ser.
O Ser na última fase de Heidegger
Na sua fase tardia (Carta sobre o Humanismo, Que significa pensar?), Heidegger deixa de buscar uma definição do Ser e passa a falar do Ser como um evento (Ereignis), algo que acontece e nos chama ao pensamento. O Ser se dá como um desvelamento (Aletheia), mas pode também se ocultar.
Conclusão
Heidegger entende o Ser como algo que não pode ser reduzido a uma categoria fixa, pois ele se dá sempre a partir de uma abertura, de uma clareira (Lichtung) onde os entes aparecem. Essa abordagem marca uma ruptura radical com a tradição metafísica ocidental e inaugura a filosofia existencial e fenomenológica moderna.
Crítica
A acusação de Heidegger de que toda a tradição filosófica se teria esquecido do Ser não se aplica a todos os autores. Embora tivesse uma perspectiva diversa, Tomás de Aquino não equiparou o Ser puro aos entes, vendo-o como um Ente supremo, mas soube destacar o caráter único do Ser subsistente, que está fora de qualquer série.
Heidegger ainda parece não considerar a abertura do Dasein para o infinito e o eterno, reduzindo-o ao horizonte da finitude e da temporalidade. Como o Ser se dá pelo Dasein, o Ser se reduz às suas manifestações finitas e temporais. Não haveria mo Desein algo de eterno que toca o Eterno, ainda que de esguio e sem a pretensão de abarcá-lo?
Texto elaborado com a ajuda da IA
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