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Fim último do homem

 Deus deve ser o fim último do homem por três razões principais, conforme a teologia moral tomista:

1. O Fim Último Deve Ser o Bem Supremo e Infinito

O fim último é aquilo que pode satisfazer plenamente a vontade humana. Mas a vontade humana deseja o bem universal, ou seja, não um bem particular e limitado, mas o Bem Infinito, que abrange toda a perfeição. Nenhum bem finito pode saciar completamente o desejo humano de felicidade, pois qualquer bem criado é limitado e deixa um espaço para desejar mais.

O dinheiro, o poder, os prazeres e a sabedoria humana são insuficientes, pois são finitos e passageiros.

Somente Deus, que é o Ser Infinito e a Bondade Suprema, pode preencher esse anseio sem deixar espaço para mais desejo. Como diz Santo Agostinho: “Fizeste-nos para Ti, e inquieto está o nosso coração enquanto não repousa em Ti” (Confissões, I,1).

2. O Fim Último Deve Ser o Bem Perfeito

O fim último do homem é aquilo que lhe dá a felicidade plena e definitiva, ou seja, aquilo que não pode ser perdido, nem frustrado.

Os bens materiais e os prazeres sensíveis são passageiros e podem ser perdidos.

Os bens intelectuais (ciência, virtude) são elevados, mas ainda imperfeitos, pois não dão uma satisfação total ao intelecto e à vontade. 

Somente Deus, ser perfeito e eterno, pode ser o verdadeiro fim último do homem, pois possuir a Deus significa alcançar uma felicidade, baseada num Bem pleno que não pode ser perdido.

3. O Fim Último Deve Corresponder à Natureza do Homem

O homem tem uma natureza racional e espiritual, e seu intelecto é feito para conhecer a verdade suprema, repousando seu espírito nela. Mas a verdade última e suprema é Deus.

O homem nunca está satisfeito com conhecimento parcial e sempre busca verdades mais profundas.

Ele deseja conhecer a causa última de tudo, e essa causa última é Deus, o princípio e fim de todas as coisas.

Assim, a visão beatífica, isto é, o conhecimento direto de Deus na eternidade, é a única coisa capaz de dar plena satisfação ao intelecto humano. Como diz São Tomás de Aquino: “A bem-aventurança última do homem consiste no mais perfeito ato do intelecto, que é conhecer a essência de Deus” (Suma Teológica, I-II, q.3, a.8).

Conclusão

Deus é o fim último do homem porque somente Ele é o Bem Supremo, Perfeito e Infinito que pode saciar completamente o desejo humano por felicidade. Nenhum bem criado pode cumprir esse papel, pois todos são limitados e passageiros. O homem foi feito para Deus, e somente Nele encontra sua realização plena.

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