Existem passagens de grandes filósofos que atinam para a transcendência do Ser e os limites do nosdo oensamenri e linguagem. Platão dizia que o Bem está “além da essência”. Para Plotino, o Uno é inominável. Agostinho ensinava que, se aquilo em que estamos pensando é alguma coisa de definido, então não estamos pensando em Deus. Tomás de Aquino não se cansava de repetir que de Deus sabemos mais o que ele não é do que o que ele é. Descartes viu na liberdade a grande imagem de Deus no homem porque, assim como Deus, a liberdade é infinita, e o pensamento só pensa coisas finitas. Kant escreveu que o que conhecemos é uma ilha envolta por um oceano desconhecido. Karl Jaspers via niilismo na anulação do mistério do Ser.
Em suma, devemos pensar com seriedade; jamais deixar de fazê-lo. Mas sobretudo devemos deixar que o Ser seja ele mesmo; deixar que ele nos surpreenda sempre! O pensamento é uma luz. Nós iluminamos a vida com ele. Mas é preciso ir além do pensamento, esbarrar na sua Fonte, atinar para o Fogo originário que acende a própria luz do pensamento.
O ser humano é este mistério: com o seu pensamento ilumina as coisas, mas, na raiz mesma do pensamento, vê-se iluminado por uma Luz mais potente. Poder transcender todas as luzes finitas e voltar-se para a Luz infinita, eis a grande prerrogativa deste espírito no mundo que é o ser humano. Somos reis que, muitas vezes, acreditam ser mendigos.
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