Como a Eucaristia pode ser entendida como sacrifício da Igreja?
Evidentemente, por si só a Igreja não tem nada de valioso a oferecer a Deus. Por si só, pois, a Igreja não pode oferecer a Deus um sacrifício agradável.
O sacrifício perfeito, agradável a Deus, que, inclusive, substituiu todos os sacrifícios antigos, levando-os à perfeição, é o sacrifício de Cristo. E o sacrifício de Cristo consistiu na sua autoentrega contínua, que alcançou seu ápice na autoentrega da Cruz. O sacrifício de Cristo foi um sacrifício existencial, de oferecimento da própria vida à vontade do Pai.
Jesus, entretanto, deixou um sinal sacramental do seu sacrifício único e perfeito. Na sua última ceia com os discípulos, quando estava para ser entregue, ele tomou o pão e o último cálice e disse que eram o seu corpo doado e o seu sangue derramado.
A Igreja guardou no coração os gestos dessa última ceia e entendeu que devia repeti-los para fazer memória (anamnese) de Jesus e do seu sacrifício. Ao se repetirem, através dos séculos, os gestos e palavras da ceia, o próprio Jesus em seu ato de autoentrega se faz realmente presente, já que se fez presente naquela ceia derradeira. A celebração memorial da entrega de Jesus é uma ação simbólica que contém a presença da realidade que simboliza. Trata-se de uma presença real de Jesus e do seu sacrifício nos sinais do ato de celebrar o memorial e nos sinais do pão e do vinho sobre os quais o sacerdote ordenado pronuncia as palavras do próprio Jesus: “Isto é o meu corpo entregue por vós”; “Este é o cálice do meu sangue derramado por vós”.
Ora, na celebração da Eucaristia, a Igreja une-se ao único sacrifício de Cristo, que se torna presente e atual no tempo e no espaço da celebração. Desse modo, unida ao sacrifício de Jesus, que é atualizado, a Igreja se oferece ao Pai juntamente com Cristo. Assim, o sacrifício de Cristo torna-se também o sacrifício da Igreja.
Podemos perceber que na celebração da Eucaristia a Igreja como corpo de Cristo, se oferece ao Pai juntamente com Cristo. Nesse sentido, o sacrifício de Cristo torna-se também o sacrifício da Igreja.
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