Nossa essência é somente “parte” metafísica da essência de Deus. Se nossa essência fosse a dele, seríamos o Ipsum Esse subsistens. A mesma coisa: nosso ser é somente “parte” metafísica do ser de Deus: se nosso ato de ser fosse o dele, seríamos o Ipsum Esse Subsistens.
Por isso, fora de Deus, todo ente é composto de inteligibilidade (essência) e ato de ser (ato da essência ou efetividade). Uma inteligibilidade limitada não pode existir por si e em virtude de si. Só a inteligibilidade absoluta existe por si e em virtude de si. Um ato de ser limitado não pode existir por si e em virtude de si. Só o ato de ser puro existe por si e em virtude de si.
Assim, nós criaturas precisamos, para ser, derivar nossa inteligibilidade parcial da inteligibilidade absoluta de Deus, e precisamos ainda de que essa inteligibilidade parcial, que de per si não pode existir, receba a efetividade ou o ato de ser, que a faz ser inteligível em ato e existir.
Somos uma restrição de Deus.
O que nele é uma coisa só (essência e ato de ser), em nós deve se tornar dois princípios distintos, pois não pode haver limitação do ser sem haver um limitador do ser, que é a essência (delimitada). Se a essência (coprincípio do ser criado) delimita o ser (coprincípio do ser criado), quem delimita a essência? Deus mesmo, ao pensar (como criáveis e participáveis de seu ser/essência) determinados contornos inteligíveis (essências).
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