Você sabia que, segundo Tomás de Aquino, a existência de Deus pode ser demonstrada pela razão? O filósofo italiano dizia que o universo não podia ser entendido sem um Motor imóvel, sem uma Causa primeira, sem um Ser necessário, sem um Ser máximo ou sem um Ordenador. Não seria possível explicar o universo sem recorrer a um Ser que fosse mais originário que o universo, pois o universo como não basta para explicar a própria condição ou origem. Um dos argumentos preferidos de Tomás é o do movimento. Por movimento deve-se entender qualquer transformação ou mudança (geração, corrupção, mudança de lugar, crescimento, diminuição). Se o mundo que conhecemos se move (porque as coisas se transformam e mudam), então é preciso buscar a origem do seu movimento, pois nada se move a si mesmo; tudo que se move é movido por um outro. A origem última do movimento do mundo só pode estar em um Ser que move outros seres sem ser movido por nenhum outro. Só um Ser que move sem ser movido pode explicar a origem e a fonte absoluta de todo o movimento. Tal Ser, Motor imóvel, segundo Tomás, é o que nós chamamos de Deus.
A distinção entre fenômeno e númeno é um dos eixos centrais da filosofia crítica de Immanuel Kant. Em sua formulação original, ela tem um propósito delimitador: mostrar que a razão humana só conhece aquilo que aparece segundo as condições da sensibilidade e as categorias do entendimento. Fenômeno é, assim, o objeto tal como é dado nas condições do nosso aparato cognitivo; númeno, o objeto considerado em si mesmo, independentemente dessas condições. A tese kantiana parece, à primeira vista, conduzir a um agnosticismo radical: se só conhecemos fenômenos, então nada sabemos — absolutamente nada — da realidade tal como ela é. Contudo, essa interpretação maximamente cética não é necessária, e, filosoficamente, tampouco sustentável. E aqui começa a possibilidade de uma leitura mais elevada. 1. Porque o agnosticismo radical não se sustenta Mesmo Kant, ao afirmar a existência problemática do “númeno” como “coisa em si”, admite que há algo que se encontra na base da experiência. A própria ideia...
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