Por que Platão teve que recorrer a um outro mundo, o mundo das ideias puras? Fundamentalmente porque reconheceu que havia uma assimetria (disparidade) entre as nossas ideias e as coisas do mundo sensível. Pensamos na beleza perfeita, mas no mundo só existem belezas relativas. E a justiça perfeita? Ela só existe na nossa cabeça. Mas de onde vêm essas ideias perfeitas? Será que as formamos a partir das coisas imperfeitas? O perfeito viria do imperfeito? Platão achava o contrário. Para ele o originário não era o imperfeito, mas o perfeito. Então, assim como o perfeito não existia no mundo dos nossos sentidos, Platão se viu na necessidade de admitir a existência de um mundo de perfeições, distinto e separado do nosso, para explicar as ideias que temos de coisas perfeitas. A causa da ideia perfeita em nós só podia ser a ideia perfeita existente fora de nós num mundo diverso do nosso. O "mais" (nossa ideia de perfeição) não podia ser explicado pelo "menos" (coisas imperfeitas do nosso mundo), mas pelo "Máximo" (mundo perfeito existente e distinto do mundo sensível).
O artigo “Teilhard de Chardin e a Questão de Deus”, de Henrique Cláudio de Lima Vaz, publicado na Revista Portuguesa de Filosofia, é uma profunda análise filosófico-teológica da obra de Pierre Teilhard de Chardin. A seguir, um resumo detalhado: ⸻ 1. Objetivo do artigo Lima Vaz pretende demonstrar a atualidade e o valor permanente do pensamento de Teilhard de Chardin. A chave de leitura é a centralidade da questão de Deus, que constitui o eixo estruturador de toda a sua obra. Para Teilhard, trata-se de responder à pergunta fundamental: é possível crer e agir à luz de Deus num mundo pós-teísta? ⸻ 2. Contexto histórico Teilhard, jesuíta, paleontólogo e filósofo, viveu as tensões entre fé e ciência no século XX. Apesar de suas intuições filosófico-teológicas audaciosas, foi marginalizado institucionalmente: não pôde publicar suas principais obras (O Fenômeno Humano, O Meio Divino) em vida. Seu pensamento ganhou grande repercussão no pós-guerra, tornando-se fenômeno editorial mundial. ...
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