Pe. Elílio de Faria Matos Júnior
A confiança é originária. É uma posição originária em virtude da qual a minha visão de mundo apresenta uma direção fundamental. Escutar o apelo originário que me chama à confiança é escolher acreditar que não existo por acaso e que há um lugar reservado para mim; é escolher acreditar que o meu estar no mundo é mais do que o simples estar. Tal atitude pode ser o primeiro grande passo rumo à maturação daquela fé em um Deus pessoal, que cria o mundo, intervém na história e faz promessas de futuro que ultrapassam toda imaginação e todo desejo. De outro ponto de vista, todo aquele que crê no Deus pessoal anunciado pelo cristianismo cultiva a confiança originária que o faz ver que o universo não é uma mera extensão infinita e silenciosa, indiferente às vicissitudes humanas, mas uma casa ou um lar que nos abriga, ainda que numa perspectiva provisória em relação à nossa atual condição.
Peter Kreeft fala dessa confiança originária num momento muito bacana do seu livro "Manual do Peregrino Moderno". Ele imagina um diálogo entre Diógenes e Sócrates, no qual o primeiro cobra do segundo uma prova de que a vida tem sentido. Sócrates responde que não pode provar, nem precisa. Porque a confiança em que "a verdade existe, é objetiva e podemos conhecê-la" é universal. Começamos a vida crendo que ela tem sentido, "daí vem algum cético que nos dá razões para duvidar disso". E o Sócrates imaginado por Kreeft conclui: "Se eu conseguir refutar todas essas razões, nós voltamos ao início, onde começamos, acreditando que não existem boas razões para duvidar." Sempre achei, mesmo antes de conseguir por em em palavras, que essa confiança originária é o verdadeiro sentido da tão distorcida "infância espiritual", para mim tão clara em passagens como Mt 19, 14 e Mc 10, 15. Abraço, Padre!
ResponderExcluirGrande abraço! Também vejo a "infância espiritual" em sintonia com a confiança originária. Deus o abençoe!
ExcluirPadre Elílio, boa tarde;
ResponderExcluirMeu nome é Rose, trabalho com os padres Sacramentinos de Nossa Senhora aqui em BH, participo na minha comunidade (N. S. do Parto/ Paróquia São Bernardo) na Pastoral do Dízimo. Fazendo uma pesquisa na internet sobre o tema encontrei um artigo publicado pelo senhor com o título: DÍZIMO: FUNDAMENTOS ANTROPOLÓGICOS E ESCRITURÍSTICOS. Era tudo que estava procurando. Por isso gostaria muito da sua permissão para usar partes dele em forma de slide e cartaz num encontro da pastoral.
Aguardo sua resposta.
E que Maria Santíssima o abençoe sempre!
Grande abraço!
Rose
Sim, Rose, pode usar o texto.
ExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluir