Padre Elílio de Faria Matos Júnior
O primeiro documento aprovado pelos Padres conciliares, recordou-nos Bento XVI, foi a constituição sobre a liturgia, a Sacrosanctum Concilium. Aos que dizem que o concílio não falou de Deus, Bento XVI mostrou que a liturgia é a grande obra de Deus e, portanto, tendo começado pela liturgia, o Vaticano II começava sob o primado de Deus, segundo a Regra de São Bento: “Nihil operi Dei praeponatur”.
O Papa disse-nos que a liturgia, entendida como fonte de espiritualidade, estava um pouco distante da vida dos fiéis em geral. Os estudos histórico-teológicos, de recente, haviam mostrado as riquezas da liturgia, e havia, por assim dizer, um grande desejo, por parte de muitos, de que essas riquezas fossem comunicadas ao povo. Os missais que traziam para os fiéis uma tradução em língua vernácula dos textos latinos não eram suficientes para introduzir uma maior participação no ato litúrgico, que não podia reduzir-se à forma em que, muitas vezes, apenas o acólito respondia por toda a assembleia.
O concílio introduziu, disse-nos o Santo Padre, o conceito de participação. No entanto, o real objetivo dos Padres foi obnubilado pelo que Bento XVI chamou de “concílio da mídia”. O Concílio Vaticano II real e verdadeiro, em não poucos casos, chegou às bases pela mediação de uma mídia sensacionalista e, portanto, a sua real imagem em muitos aspectos foi distorcida. Daí compreendemos porque se tenha chegado, nos anos pós-conciliares, a banalizações por vezes graves do ato litúrgico, com introduções de elementos que lhe são estranhos. Para o Papa, a verdadeira participação não combina com a banalização da liturgia.
Bento XVI mostrou-se convicto de que o senso do sacro pertence à natureza mais íntima da liturgia e, por isso, ela não pode reduzir-se a uma obra meramente humana, saída da nossa criatividade. Não pode ser banalizada e despoliada do mistério da salvação. Diante da tese segundo a qual o “sacrum” seria uma noção pagã, Bento XVI reafirmou que tal noção, ao invés, pertence à nossa relação com o mistério insondável de Deus.
Assim, ele esclareceu que, ainda que os textos litúrgicos hoje, depois da reforma pedida pelo concílio, possam ser rezados em língua materna, isso, de modo algum, tira o véu do mistério contido na liturgia. Ninguém pode dizer, por exemplo, que “compreende” a missa só porque ele vem rezada em vernáculo. Nesse sentido, será sempre necessária uma catequese mistagógica que nos faça penetrar cada vez mais no mistério de Deus, ensinou.
O primeiro documento aprovado pelos Padres conciliares, recordou-nos Bento XVI, foi a constituição sobre a liturgia, a Sacrosanctum Concilium. Aos que dizem que o concílio não falou de Deus, Bento XVI mostrou que a liturgia é a grande obra de Deus e, portanto, tendo começado pela liturgia, o Vaticano II começava sob o primado de Deus, segundo a Regra de São Bento: “Nihil operi Dei praeponatur”.
O Papa disse-nos que a liturgia, entendida como fonte de espiritualidade, estava um pouco distante da vida dos fiéis em geral. Os estudos histórico-teológicos, de recente, haviam mostrado as riquezas da liturgia, e havia, por assim dizer, um grande desejo, por parte de muitos, de que essas riquezas fossem comunicadas ao povo. Os missais que traziam para os fiéis uma tradução em língua vernácula dos textos latinos não eram suficientes para introduzir uma maior participação no ato litúrgico, que não podia reduzir-se à forma em que, muitas vezes, apenas o acólito respondia por toda a assembleia.
O concílio introduziu, disse-nos o Santo Padre, o conceito de participação. No entanto, o real objetivo dos Padres foi obnubilado pelo que Bento XVI chamou de “concílio da mídia”. O Concílio Vaticano II real e verdadeiro, em não poucos casos, chegou às bases pela mediação de uma mídia sensacionalista e, portanto, a sua real imagem em muitos aspectos foi distorcida. Daí compreendemos porque se tenha chegado, nos anos pós-conciliares, a banalizações por vezes graves do ato litúrgico, com introduções de elementos que lhe são estranhos. Para o Papa, a verdadeira participação não combina com a banalização da liturgia.
Bento XVI mostrou-se convicto de que o senso do sacro pertence à natureza mais íntima da liturgia e, por isso, ela não pode reduzir-se a uma obra meramente humana, saída da nossa criatividade. Não pode ser banalizada e despoliada do mistério da salvação. Diante da tese segundo a qual o “sacrum” seria uma noção pagã, Bento XVI reafirmou que tal noção, ao invés, pertence à nossa relação com o mistério insondável de Deus.
Assim, ele esclareceu que, ainda que os textos litúrgicos hoje, depois da reforma pedida pelo concílio, possam ser rezados em língua materna, isso, de modo algum, tira o véu do mistério contido na liturgia. Ninguém pode dizer, por exemplo, que “compreende” a missa só porque ele vem rezada em vernáculo. Nesse sentido, será sempre necessária uma catequese mistagógica que nos faça penetrar cada vez mais no mistério de Deus, ensinou.
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