O Concílio Vaticano II está comemorando os 50 anos de sua abertura. Seus textos devem hoje ser relidos e meditados com seriedade. São ricos e conservam a atualidade. Como ensina Bento XVI, eles são a bússola a guiar a Igreja neste início do 3º milênio. Creio que os melhores frutos do concílio ainda estão por vir, mas para isso é preciso lê-lo e interpretá-lo seguindo as orientações fundamentais dos Papas, de João XXIII a Bento XVI. O Vaticano II não quis fundar uma nova Igreja, como muitos deram a entender nos anos de eferverscência pós-conciliar, mas apresentar a mesma fé de sempre de um modo renovado, isto é, em diálogo com o mundo moderno a quem se deve portar o Evangelho. A vida da Igreja é assim: sempre se renova dentro da relação fundamental com as origens.
A recente Nota doutrinal Mater Populi Fidelis , publicada pelo Dicastério para a Doutrina da Fé, representa um exemplo luminoso do equilíbrio eclesial característico do magistério autêntico. Ela não é nem maximalista nem minimalista: não pretende exaltar Maria acima do que a Revelação permite, nem reduzir sua missão à de uma simples discípula entre os fiéis. O documento reafirma com clareza a doutrina tradicional da Igreja: Maria cooperou de modo singular e insubstituível (por conveniência da graça) na obra da redenção realizada por Cristo. 1. A reafirmação da doutrina tradicional O texto recorda que a Virgem Santíssima participou de maneira única no mistério redentor — não como causa autônoma, mas como colaboradora totalmente dependente da graça. Sua participação é real e ativa, ainda que subordinada à mediação única de Cristo. Assim, a doutrina da cooperação singular de Maria na redenção e a doutrina da sua intercessão na comunhão dos santos permanecem plenamente válidas e reconhecid...

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