tag:blogger.com,1999:blog-5333617476550403963.post5500084922324632902..comments2024-03-24T23:32:40.470-03:00Comments on Blog do Padre Elílio: Padre Vaz e WittgensteinPadre Elíliohttp://www.blogger.com/profile/00529265738987293558noreply@blogger.comBlogger6125tag:blogger.com,1999:blog-5333617476550403963.post-76040812595211221092009-11-12T07:26:24.440-02:002009-11-12T07:26:24.440-02:00Prezado Ricardo,
Isso mesmo. A alma é o ato (form...Prezado Ricardo,<br /><br />Isso mesmo. A alma é o ato (forma) da matéria num ser vivo. Assim que puder, quero tratar da questão relativa à matéria e espírito no ser humano.Padre Elíliohttps://www.blogger.com/profile/00529265738987293558noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5333617476550403963.post-54639374461539158452009-11-09T18:55:28.299-02:002009-11-09T18:55:28.299-02:00Pe. Elílio,
Então a forma substancial seria o ato...Pe. Elílio,<br /><br />Então a forma substancial seria o ato da matéria organizada, ou, em outras palavras, o gato-em-ato, o boi-em-ato, e assim por diante. Seria um conceito de reúne tanto a ideia de "ato" (em contraposição à "potência" da matéria) como de "essência" ou "natureza" (já que o "ato" é ato-de-algo, é a matéria organizada de uma certa maneira em vez de outra, ou, para usar um termo comum na linguagem científica, é matéria organizada segundo certa "informação"). Mas como o gato, o boi, etc. não são apenas ato, mas possuem também a potência de transformarem-se em outros seres, devemos dizer que são um composto de ato e potência, forma substancial e matéria prima. Por exemplo, um boi é um composto de boi-em-ato e potência para vir a ser outras coisas (como um bife na minha mesa, mas nesse caso mudou-se a forma, já que não temos mais um boi vivo). Meu entendimento está correto?<br /><br />Bom, vou aguardar algum comentário no blog sobre como pode o espiritual e o material estarem unidos no homem. Muito obrigado.Ricardonoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5333617476550403963.post-54373478952808831232009-11-08T22:57:12.697-02:002009-11-08T22:57:12.697-02:00Prezado Ricardo,
Nessa questão, devemos manter cl...Prezado Ricardo,<br /><br />Nessa questão, devemos manter clara os diversos níveis de discurso. As ciências naturais não têm o mesmo alcance da filosofia. Quando o cientista natural diz que o ser vivo não é nada mais do que uma porção de matéria organizada com tais e tais elementos, ele não está contra o conceito filosófico de alma. Do ponto de vista filosófico, acontece, porém, que a organização de uma tal matéria implica um nível superior de ser (a matéria organizada viva é mais do que a matéria não viva). Este nível superior de ser seria a "ideia" (que não é uma ideia subsistente ao modo platônico, pois que se corrompe com a própria corrupção da organização da matéria) que o filósofo reconhece na matéria viva organizada. Tal ideia, sendo reconhecível só pela inteligência, não é objeto de verificação empírica; por isso, o cientista como cientista jamais poderá concebê-la. Só ao filósofo ou ao teólogo é dada a capacidade para tal, pois que se movem em nível de inteligibilidade diverso. Assim, não seria errado dizer que a alma dos seres vivos irracionais não é senão a matéria organizada como matéria vivente, desde que, do ponto de vista filosófico, se veja nessa organização um nível superior de ser (o que você chama de ideia, que, evidentemente, não é uma espécie de fluido ou algo subsistente introduzido na matéria, mas a própria matéria em estado de organização vital). Caso diverso é a questão da "alma" nos animais racionais. Esta só pode ser espiritual, dadas as operações espirituais de que é capaz. O "ser" do animal racional não é redutível à mera organização da matéria (como nos animais irracionais), uma vez que as operações espirituais ultrapassam as capacidades da matéria. Aqui é que se coloca a questão: Como pode o espiritual e o material estarem unidos num mesmo ser?Padre Elíliohttps://www.blogger.com/profile/00529265738987293558noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5333617476550403963.post-81521851966848284102009-11-08T13:12:47.737-02:002009-11-08T13:12:47.737-02:00Olá Pe. Elílio.
Mas mesmo as "formas materia...Olá Pe. Elílio.<br /><br />Mas mesmo as "formas materiais" ainda são princípios imateriais, como que ideias por trás da organização da matéria, e imanentes nela. O que dizem é que, num dado animal, mesmo que não houvesse nenhum princípio desse tipo por tràs de sua organização, esta continuaria existindo e mantendo o animal vivo, somente pelas leis do movimento, massa, energia, etc. Dizem ainda que os casos de "monstros" são dificuldades para a teoria hilemórfica. E também que nossos conceitos de espécie são relativos (sendo apenas coleções de qualidades presentes em vários indivíduos, havendo certa dificuldade em definir quando há diferença individual, específia ou genérica).<br /><br />O meu interesse nessa questão é que, independentemente de qual dos sistemas filosóficos aceitaremos (tomista, escotista, agostiniano, ocamista, cartesiano, etc), a teologia nos obriga com a definição de que a alma une-se ao corpo, por sua própria natureza, como "forma". Todos os grandes escolásticos (Tomás de Aquino, Boaventura, Duns Scot e Ockham) aceitaram essa definição e, ao que parece, até Descartes aceitou. A história da filosofia demonstra que quando a relação mente-corpo não recebe uma explicação INTELIGÍVEL (mesmo que não seja possível uma demonstração filosófica, mas apenas teológica), a filosofia é arrastada para a negação da mente como algo distinto do corpo e subsistente. Isso por que é da nossa natureza buscar a unidade no conhecimento, e manter um elemento como a mente, imaterial e subsistente, numa cosmologia "mecanicista" é quase uma aberração.Ricardonoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5333617476550403963.post-73963212438760545342009-11-06T10:27:07.437-02:002009-11-06T10:27:07.437-02:00Prezado Ricardo,
Que bom receber notícias suas. P...Prezado Ricardo,<br /><br />Que bom receber notícias suas. Procurarei atender a seu pedido. As relações entre mente e cérebro é de fato uma das grandes questões da filosofia atual. De início, diria que o conceito filosófico de "alma" não implica de si nada para além da organização da própria matéria. S. Tomás já ensinava que a alma das plantas e animais irracionais é material. Acontece, contudo, que, metafisicamente falando, tal organização da matéria representa um nível superior de ser. A questão decisiva volta-se, assim, para as relações entre espírito e matéria.Padre Elíliohttps://www.blogger.com/profile/00529265738987293558noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5333617476550403963.post-25258062761649278412009-11-05T15:04:57.726-02:002009-11-05T15:04:57.726-02:00Olá Pe. Elílio, aqui é o Ricardo de JF. Parabéns p...Olá Pe. Elílio, aqui é o Ricardo de JF. Parabéns pelos artigos, estão ótimos. Li também aquele que o sr. publicou na revista CP Filosofia. Pelo que há no blog, já dá pra fazer um livro.<br /><br />Gostaria que o sr. escrevesse sobre a relação entre o espírito e o corpo nos seres humanos. Os filósofos racionalistas (Descartes, Spinoza, Leibniz, Malebranche, etc) não souberam explicar como se daria a união e a relação entre o espírito imortal e inextenso e o corpo extenso e mortal. A solução que os escolásticos apresentavam diz que nosso espírito é "alma espiritual", ou "forma", "princípio de vida" do corpo. Assim solucionavam o problema. Mas ainda é possível manter essa solução diante das descobertas da ciência moderna? A maioria dos biólogos não vê sentido em afirmar a existência de um "princípio vital", mas sim que a matéria organizada gera a vida. Com as descobertas da genética e do DNA, cada vez mais os fenômenos da vida se explicam "mecanisticamente". Então como dar uma solução adequada ao problema da relação mente-corpo?Ricardonoreply@blogger.com